25 de setembro de 2024

Repatriação de Cloud: Mitos e Verdades

Por Tito Costa, CRO da Elea Data Centers.

O debate sobre a migração para a cloud ainda está cercado por mitos que precisam ser desmistificados. Um dos equívocos mais comuns é a crença de que a proximidade física com a cloud é essencial para garantir o desempenho de todas as aplicações. Essa ideia acabou levando muitas empresas a concentrarem suas operações no eixo Rio-São Paulo, como se essa fosse a única forma de garantir baixa latência e eficiência operacional. No entanto, com o avanço da tecnologia no setor, data centers regionais de alta qualidade podem oferecer latências abaixo de 10 milissegundos, permitindo que aplicações funcionem de maneira eficaz independentemente da proximidade com grandes centros urbanos. 

Além disso, o movimento em direção à cloud tem sido frequentemente apresentado como a solução definitiva para as demandas de TI. Contudo, as dificuldades associadas a essa migração completa nem sempre são discutidas de maneira adequada. Um exemplo é o alto custo relacionado ao tráfego de dados, especialmente o tráfego leste-oeste, que envolve a comunicação entre diferentes partes de uma arquitetura híbrida. Esse tráfego intensivo pode gerar um aumento significativo no consumo de dados, o que acaba inflacionando as faturas e tornando a operação mais cara do que o inicialmente planejado. 

Pesquisas recentes da Gartner, líder mundial em pesquisa e aconselhamento para empresas, confirmam que muitos executivos de TI estão reconsiderando suas estratégias de cloud. Segundo a consultoria, 85% das empresas que operam na nuvem estão enfrentando desafios relacionados ao aumento dos custos de infraestrutura e à complexidade de gerenciar ambientes híbridos. A repatriação de workloads – o retorno de cargas de trabalho para data centers locais – tem sido uma solução cada vez mais adotada para enfrentá-los.  

A Gartner também aponta que 70% das empresas planejam adotar uma abordagem híbrida, que combina cloud, com colocation e/ou infraestrutura de TI própria – leia-se data centers on-premises –, para reduzir custos e melhorar a eficiência operacional, nos próximos três anos. A repatriação de cloud e a descentralização da infraestrutura digital são movimentos que podem promover uma maior eficiência operacional e um mercado de TI mais acessível e equilibrado.  

A verdadeira questão que deve determinar a proximidade de uma aplicação da cloud é a sua necessidade de baixa latência. Nem todas as aplicações exigem essa proximidade, e forçar uma centralização no eixo Rio-São Paulo pode ser desnecessário, resultando em custos adicionais e menos flexibilidade. 

Nesse contexto, empresas estão reavaliando suas infraestruturas de TI para otimizar suas operações. A Elea Data Centers, por exemplo, lidera este movimento ao oferecer uma rede distribuída e sustentável de data centers em várias regiões do Brasil. Ao adotar uma abordagem híbrida e flexível, a Elea ajuda empresas a enfrentarem os desafios da repatriação de cloud, garantindo que cada aplicação seja executada no ambiente mais adequado, com alta eficiência e controle de custos.